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terça-feira, 10 de março de 2015

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Mulheres “rosas” versus auto-estima

Lidiane da Silva Braga - Psicóloga Clínica

Pos-graduanda em Psico-Oncologia

Auto-estima segundo o dicionário Internacional da Psicanálise, é a manutenção do sentimento do próprio valor ou, mais comumente, do amor-próprio. (Mijolla, 2005)

Frequentemente escutamos noticias de mulheres que foram diagnosticas com câncer de mama e têm sua auto estima abalada devido às várias alterações que ocorrem no corpo por causa do tratamento, e principalmente pela localização do tumor, no seio.

As fantasias começam a surgir. Será que vou perder meu seio? O que vai acontecer? Vou ficar com um seio diferente do outro?(...)

O seio é, para grande parte das mulheres, o símbolo da identidade feminina, que representa, por exemplo, a sexualidade e a maternidade. Diante de tantas fantasias e a iminência de perder essa parte, algumas mulheres ficam tristes, angustiadas e podem começar a se dar menos valor por causa das possibilidades que podem se tornar realidade, como por exemplo, a retirada da mama, seja esta parcial ou total.

Percebe-se desde o diagnóstico até o final do tratamento, o surgimento de muitos sentimentos e sensações, é uma fase de mudanças, incertezas e inseguranças. É importante que a paciente se expresse e tenha alguém para acompanha-la, no caso um profissional da área psi, para a paciente poder falar sobre suas questões e principalmente para dar significado ao que ela esta vivendo ou irá viver.

A auto estima como no inicio do texto explica não está relacionada a uma parte do corpo. No processo de psicoterapia, a paciente poderá refletir e questionar, por exemplo, como fica a questão da sexualidade, da feminilidade. A sexualidade não é depositada em uma só parte do corpo, e muitas mulheres após o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama, descobrem várias maneiras de serem femininas, seja com a mama ou sem a mama, e vários modos de exercerem sua sexualidade.

O apoio da família, do companheiro, se tornam fundamentais, para que a paciente perceba as suas possibilidades, aumentando assim seus recursos de enfrentamento diante das adversidades que surgem.


Referencias:
Mijolla, Alain de. Dicionário Internacional da Psicanalise. Rio de Janeiro: Imago Ed.2005.
Rodrigues, C.D; Silva, D.C. A ressignificação do corpo mastectomizado em mulheres com câncer de mama e o papel do psicólogo nesse processo. Disponível em: http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE%20PRODUO%20CIENTIFICA/SAUDE/35.pdf

quarta-feira, 4 de março de 2015

O Câncer na Mulher

Por Gabriela  Versiani Costa - Enfermeira do GAPC

O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. Alguns órgãos são mais afetados do que outros, e cada órgão, por sua vez, pode ser acometido por tipos diferenciados de tumor, mais ou menos agressivos. Quanto antes o câncer for detectado e tratado, mais efetivo o tratamento tende a ser, possuindo maior possibilidade de cura e melhor será a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce é realizado com o objetivo de descobrir o mais cedo possível uma doença por meio dos sintomas e/ou sinais clínicos que o paciente apresenta.

Os tipos de câncer mais incidentes nas mulheres são os de mama, colo do útero e cólon e reto. Agora, veremos as ações que fazem parte da detecção precoce.

 O Câncer de mama:
Deve procurar um profissional de saúde caso apresente queixas ou alterações como:
·         Sintomas como: dor, calor, edema, rubor ou descamação na mama;    
·         Alteração na forma ou tamanho da mama;
·         Alteração na auréola ou no mamilo;
·         Presença de nódulo ou espessamento na mama, próximo a ela, ou na axila;
·         Sensibilidade ou saída de secreção pelo mamilo, inversão do mamilo para dentro da mama;
·         Enrugamento ou endurecimento da pele da mama (a pele apresenta um aspecto de casca de laranja).

Orientações:                                                                                    
Ø  Exame clínico da mama, para todas as mulheres a partir de 40 anos de idade anualmente, devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, independente da faixa etária da mulher;
Ø  Na faixa de 50 a 69 anos, além do exame clínico da mama anual, a mulher deve fazer uma mamografia a cada dois anos;
Ø  Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama;
Ø  Garantia de acesso a diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.


O Câncer de colo de útero:
Deve procurar um profissional de saúde caso apresente queixas ou alterações como:
·         Sangramento vaginal após a relação sexual;
·         Sangramento vaginal intermitente (sangra de vez em quando);
·         Secreção vaginal de odor fétido;
·         Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.


Orientações:                                                                
Ø  Mulheres com idade entre 25 e 64 anos devem realizar exame preventivo ginecológico anualmente. Após dois exames normais seguidos, devem realizar um exame a cada três anos;
Ø  No caso de exames alterados, devem seguir as orientações médicas.



O Câncer de colón e reto:
Deve procurar um profissional de saúde caso apresente queixas ou alterações como:
·         Perda de sangue nas fezes;
·         Dor e/ou massa abdominal;
·         Melena (sangue nas fezes);
·         Constipação intestinal;
·         Diarreia;
·         Náuseas;
·         Vômitos;
·         Fraqueza;
·         Tenesmo (sensação de constante necessidade de defecar).


Orientações:                                                                                             

Ø  Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter, anualmente, à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia ou retossigmoidoscopia (exame de imagem que vê o intestino por dentro);
Ø  Uma alimentação rica em vegetais e laticínios e pobre em gordura (principalmente a saturada), além da prática de atividade física regular, previne o câncer colorretal;
Ø  Deve-se ainda evitar o consumo exagerado de carne vermelha;
Ø  Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio, além de obesidade e sedentarismo.

Fique atento, suspeite!
A prevenção e a detecção precoce são as melhores armas para o controle do câncer.


FONTE: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Educação. ABC do câncer : abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Educação ; organização Luiz Claudio Santos Thuler. – 2. ed. rev. e atual.– Rio de Janeiro: Inca, 2012. 129 p.